quarta-feira, 22 de julho de 2009

Minimalismo. Em tudo. Foto: obra de Donald Judd


O movimento chamado "Minimalismo" foi criado nos anos 60 por um grupo de pintores. Apesar de ser concebido por pintores, o movimento atingiu o seu apogeu na escultura. Quando os escultores adotaram o construtivismo, imaginaram talvez que nada poderia ser mais contemporâneo, o minimalismo chegou e reacendeu a discussão. Donald Judd era considerado excessivamente geométrico até mesmo para os conceitos do construtivismo. Alguém ou ele mesmo, em 1960 enquadrou a sua escultura dentro da escola minimalista. A partir daí Judd exerceu a facilidade de síntese e o geometrismo despojado que eram considerados excessivos. Estranhamente, o minimalismo despreza excessos e magistralmente Judd inverteu os conceitos sepultando definitivamente o que havia se tornado um problema.


Mas todo movimento traz consigo uma gama de "aproveitadores" ou pseudo artistas. O minimalismo escondia e esconde até hoje, muitas das incompetências disfarçadas em "artes conceituais". Exatamente alguns que não sabem absolutamente técnica alguma, passaram a usar a suposta ausência de formas para imprimirem gestos em objetos sem alterações. Inicialmente, todos praticamente se enquadravam como "Dadaístas tardios", depois descobriram a brecha criada por Marcel Duchamp por onde entraram com tudo. A confusão de alguns se transformou na única alternativa para muitos. Os objetos do cotidiano tornaram-se suporte para a arte conceitual, porém com pouca ambientação estética, com raras exceções.


Minimalismo não significa ausência. É uma linguagem sem excessos e sintética. No entanto deve conter alguma ideia, pensamento portanto criação. A obra por si só deve ter o poder de transmitir essa ideia, exemplo da música, teatro, poesia e outras manifestações do gênero. As artes plásticas sofrem o prejuízo de não ter tanta facilidade de comunicação, porém também precisa de embasamento técnico o que não vem acontecendo na arte conceitual. Minimalismo não é arte conceitual, entretanto alguns recorrem a ele quando não conseguem explicar a sua obra.


Se perguntarmos para o artista plástico Tunga,(Antônio José de Barros Mourão) se a sua obra se enquadra como minimalista, certamente responderá que não. A poética de Tunga ultrapassou as fronteiras dos conceitos e isso é puramente "arte conceitual".