terça-feira, 28 de julho de 2009

Realismo Egípcio. Guerreiro morto.Mármore do ES.


Quando lembramos da escultura egípcia geralmente nos vem a imagem de esfinges monumentais, blocos de rocha imensos formando colossos à margem do Nilo. Em todos momentos as figuras com o mesmo rosto bem delineado sobre corpos de animais formando seres híbridos que estão além de nossa imaginação. Tudo isso nos faz pensar que os artistas egípcios jamais tiveram uma preocupação estética, um ideal de formas, além de somente satisfazerem
seus deuses ofertando-lhes estátuas e efígies que em nada lembrassem a realidade terrena. Entretanto em meio a essa tempestade votiva existiu um pequeno período, onde os escultores gozaram de plena liberdade para retratar os seres humanos como tais lhes pareciam. Um período curto é verdade, mas prenhe em realizações artísticas.

Isso aconteceu durante o reinado de Amen-hotep IV ou Amenophis ou ainda como se tornou mais conhecido, Akhenaton, (luz de Atón). Este homem ficou famoso por ser o primeiro e único faraó monoteísta no Egito. Podemos imaginar a repercussão de um reinado destes no Egito antigo. Se não ficasse famoso por isso, certamente ficaria por desposar Nerfertiti. A beleza da rainha ultrapassou os muros dos templos de Atón. Viajando os séculos chegando até nossos dias como a mulher mais linda da antiguidade. Graças as liberdades dadas aos artistas durante este reinado é que hoje podemos admirar toda essa beldade. A efígie de Nefertiti estabeleceu padrões para o rosto feminino que perduram até a atualidade.

Akhenaton ordenou aos seus escultores e pintores que deveriam retratá-lo e aos seus familiares, como realmente eram. Esse ato revolucionou as artes durante o seu curto reinado determinando novos valores para as proporções humanas. Neste momento acabaram aquelas figuras estranhas e desenhos de pessoas com o corpo visto frontalmente e as cabeças de perfil. As pessoas comuns, não somente os nobres, passaram a ter identidade e não como antigamente onde todos possuíam rostos iguais.

Nasce o "realismo egípcio". Algo que nos parece impossível, mas durante este pequeno espaço de tempo, os artistas, principalmente escultores puderam exercer a magia da liberdade em sua criação. O guerreiro morto, peça de 1995 é um estudo sobre esse momento da arte agípcia, onde a beleza era respeitada, assim como a dor e o sofrimento. Virtudes e sentimentos essencialmente humanos.

Um comentário:

Soraia Yumi disse...

Meu Deus!que coisas lindas.

Parabénsssssssssssssssss ;)